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10/11/2022

Cada vez mais movimentos sociais e grupos políticos têm se movimentado em prol da construção de melhores condições de vida e redução das desigualdades de homens e mulheres transexuais e travestis e pessoas não-binárias. Os avanços são crescentes, mas ainda há muito caminho pela frente. A inclusão de indivíduos com diversidade de identidade de gênero no mercado de trabalho ainda representa uma dificuldade muito grande para as pessoas trans e também para os avanços setoriais das empresas, indústrias e instituições trabalhistas.

A redução dessas desigualdades e do enfrentamento de dificuldades por parte das pessoas trans se dá através de tomadas de ações conscientes. A educação de servidores realmente capazes de promoverem a construção de uma sociedade melhor é baseada em incentivos à educação. Uma educação que envolva tanto o aperfeiçoamento de habilidades técnicas, quanto também o aperfeiçoamento de habilidades para se relacionar interpessoalmente com a diversidade presente no ambiente de trabalho.

São necessárias revisões de sistemas, arquivos e registros que discriminem a categoria de sexo/gênero, políticas internas de acolhimento e cobertura de serviços, licenças e afins, para que constrangimentos entre colaboradores trans e demais servidores da empresa possam ser evitados. Atitudes como essa são exemplo de lideranças preocupadas com a sustentabilidade social como princípio institucional e de espaços onde existe a compreensão de que a inclusão da diversidade reflete resultados dentro e fora do ambiente de trabalho.

As vagas afirmativas são ações conscientes para o enfrentamento da desigualdade social enfrentada por homens e mulheres transexuais e travestis. Cresce cada vez mais o número de alianças entre o mercado de trabalho e pessoas trans tem se fortalecido, a plataforma TRANSempregos é exemplo dessa aliança. As ações afirmativas com certeza são urgentes e necessárias, mas não podem ficar restritas a uma conscientização individual e a critério de investidores e empresários pontuais.

O governo do Rio Grande do Sul (RS), em dezembro de 2021, aprovou a reserva de 1% das vagas dos concursos públicos do estado para as populações trans e indígena. É interessante a comparação de equivalência entre as populações indígenas e trans. Pois, no caso de ambas as populações são constantes os ataques à integridade física e moral de seus integrantes, Tanto a população indígena, quanto homens e mulheres transexuais e travestis são alvos de extermínio em massa no Brasil. Medidas que visam o bem-estar, verdadeiramente plural, de toda a sociedade são partidas da diversidade.

Por esse motivo é tão importante refletir a ocupação de cargos políticos por representantes que tiveram as desigualdades sociais como marcadores em suas vidas. Ainda hoje, a estrutura política exclui candidaturas trans no Poder Legislativo, o que se agrava ainda mais quando em consideração às transidentidades negras, indígenas e transmasculinas. Pessoas trans ainda não contam com a garantia de recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC) para campanhas eleitorais ou reservas de porcentagem mínima de cadeiras na Câmara dos Deputados, nas assembleias legislativas dos estados, na Câmara Legislativa do Distrito Federal e nas câmaras de vereadores.

Sem ainda nenhum incentivo à participação de homens e mulheres transexuais e travestis na política, a discriminação ocorre indiscriminadamente quando considerado os altos índices de transfobia e exclusão de pessoas trans de espaços de poder no Brasil. É importante lembrar que pensar a inclusão de pessoas trans na política reflete uma inserção singular de pessoas trans no mercado de trabalho, mas não para por aí, pois reflete também maiores possibilidades de inserções plurais para outras pessoas trans e também para a diversidade étnica, de sexualidade, etc.

 

Fonte:

G1 Globo. Acesse o link:mhttps://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2021/12/07/rs-cria-cotas-para-pessoas-trans-e-populacao-indigena-em-concursos-publicos-estaduais.ghtml.

Nações Unidas Brasil. Acesse o link: https://brasil.un.org/pt-br/83343-oms-retira-transexualidade-da-lista-de-doencas-mentais.

Metrópoles. Acesse em: https://www.metropoles.com/brasil/eleicoes-2022/eleicoes-como-funcionam-as-cotas-de-participacao-de-mulheres-e-negros.

Tribunal Superior Eleitoral. Acesse em: https://www.tse.jus.br/imprensa/noticias-tse/2019/Marco/cota-de-30-para-mulheres-nas-eleicoes-proporcionais-devera-ser-cumprida-por-cada-partido-em-2020.

 

 

Apolo é transgênero, escritor e nordestino. É também educador, acadêmico, linguista, coordenador da pasta de educação do IBRAT (Instituto Brasileiro de Transmasculinidades) e aspirante a político.

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