12/07/2022
A taxa de desemprego no Brasil bateu recorde desde o início da pandemia, devido ao isolamento social e à recessão econômica, uma pesquisa do IBGE indica que no primeiro trimestre de 2021 o índice de desemprego no país bateu recorde atingindo 14,7%, representando cerca de 14,8 milhões de cidadãos sem trabalho.
Além do desemprego, a pandemia aflorou também as desigualdades, deste modo, a realidade é ainda mais bruta quando colocamos em pauta o viés racial e de gênero. A pesquisa “Mercado de Trabalho e Pandemia da Covid-19: Ampliação de Desigualdades já Existentes?”, realizada pelo IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), apontou que a proporção de pretos e pardos que perderam o emprego encontra-se sempre acima da média e chega a alcançar 18%, taxa de desemprego 5% maior em relação às pessoas brancas.
Quando inserimos no debate um recorte de gênero, a mesma pesquisa nos indica que a taxa de participação de mulheres com filhos de até 10 anos no mercado de trabalho caiu para 50,6% no segundo trimestre de 2020.
Mas o baixo índice de mulheres no mercado de trabalho não se restringe apenas às mães, ele também engloba mulheres jovens, que estão no grupo com mais chances de perderem o emprego, cerca de 20%, o que vem a ser um regresso na história, visto que a última vez em que a participação de mulheres no mercado de trabalho foi menor que 50% apenas em 1990.
Ao introduzirmos o olhar interseccional na realidade atual do mercado de trabalho, nos esbarramos com a situação das mulheres negras, que até então foram as mais prejudicadas. No ano de 2019 o percentual de desemprego de mulheres negras era de 17,6% no último trimestre de 2019, já em 2020, com a pandemia essa realidade foi transformada e a taxa de desemprego foi a 22%, em contrapartida, a taxa de desemprego para mulheres brancas teve queda de apenas 5,9%.
A alta do desemprego atualmente acontece devido a pandemia, mas quando analisamos os dados e vemos que o grupo que mais sofre com essa realidade é a população negra, em um país em que a maioria é negro, podemos evidenciar o racismo estrutural presente na sociedade, que precisa urgentemente ser combatido.
Sou Lethycia, nascida em São João da Boa Vista, (que tem o por do sol mais lindo que ja vi na vida) e atualmente morando “sozinha” pela primeira vez em Poços de Caldas (a melhor cidade vulcânica do interior de minas), to pertinho de casa, mas ja me sinto grande. Sempre lutei muito pela minha independência, a meta é ser a velha da minha lancha, e estou lutando pra isso todos os dias, seja no meu emprego CLT ou nos meus inúmeros freelas. Acredito muito que mulheres conseguem realizar todos os seus sonhos, principalmente no ambiente institucional, então estou sempre estudando para que isso aconteça, não consigo me sentir acomodada, talvez isso aconteça devido ao racismo, que faz com que pessoas negras tenham que se esforçar o dobro para alcançar seus sonhos, principalmente no mercado de trabalho, ja que nossas oportunidades são menores, independente do diploma, ser uma mulher negra, criada por mulheres negras me fez criar uma casca dura, eu luto mesmo, e por isso nao paro, sou mulher, negra e homossexual no Brasil de Bolsonaro, sou guerreira.