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15/09/2022

Vou relatar aqui algo na primeira pessoa, algo muito pessoal meu que é a síndrome de impostor, que sem perceber eu sempre a tive, mas só fui entender sobre no começo de 2021, no auge de meus 30 anos de vida.

A síndrome do impostor é caracterizada por pessoas que têm tendência à autossabotagem. Então, o indivíduo constrói, dentro da cabeça dele, uma percepção de si mesmo de incompetência ou insuficiência. Naturalmente, todo o cérebro humano possui essa pré-disposição a colocar essa sensação de incapacidade e demérito. E, dependendo do modelo mental e da forma como cada um pensa, isso pode aumentar ou diminuir essa crença, o que também pode ser reforçado pelo meio em que a pessoa se encontra.

É uma crença dentro da pessoa de que ela não é boa o suficiente. Por mais que ela consiga vários resultados positivos, ela não consegue se perceber dentro disso. Acha que suas conquistas são fruto de sorte ou qualquer outro fator.

Isso aflora muito em mim em duas ocasiões específicas, relacionamento amoroso e trabalho. No relacionamento, sempre me dizendo coisas como “sou feia demais”, me vejo como uma pessoa sem os atributos de sensualidade necessários para despertar interesse em quem quer que seja, me sinto sem assuntos legais e pouco interessante para que alguém queira procurar saber sobre mim.

No trabalho, certa vez quando houve um processo seletivo interno na empresa, mesmo meus amigos incentivando minha candidatura eu não a fiz, sempre vem em minha mente “Imagina! O que EU vou fazer lá?” Ou “Não é pra mim” e assim perdi muitas oportunidades.

Lendo sobre autoaceitação descobri que muitas vezes me sabotei, não me dei o devido valor, desacreditei em mim, e buscando a fundo em minha memória percebi que desde criança era muitas vezes desincentivado a mostrar meus talentos, fosse cantando na escola ou em outras atividades extracurriculares. Além disso, muitas vezes pessoas da minha família tinham um olhar de reprovação direcionados a mim, fui crescendo pensando duas vezes antes de aceitar desafios.

E desde que percebi isso venho aos poucos me policiando para não me autossabotar mais, venho tomando cuidado em não me julgar, mas é uma tarefa difícil, pois pequenos traumas de infância ecoam na vida adulta sem a gente perceber. Uma amiga me orientou a fazer terapia, talvez eu siga seu conselho, mas esses dias até pensei “Fazer terapia pra quê? Não sou louca, isso só vai me deixar pra baixo” – e logo em seguida percebi que mais uma vez a autossabotagem vinha em meus pensamentos me impedindo de crescer.

 

 

Me chamo Bruno, tenho 30 anos e me considero uma pessoa não binária, não me enquadro no masculino tampouco no feminino. Estou aos poucos me descobrindo e me aceitando como uma pessoa transgênero, se permitir ser uma pessoa Trans neste país, acreditem, não é fácil e causa medo.

Nasci em Araraquara, interior de São Paulo, e desde meu primeiro ano de idade vim para São Paulo viver nesta cidade que amo tanto, atualmente buscando uma nova inserção no mercado de trabalho.

Cursei 3 semestres de publicidade e propaganda pela Uninove em São Paulo, tenho certificado de Agente De Aeroporto pelo Senac São Paulo e moro na zona leste de São Paulo. Acredito que precisamos construir uma sociedade onde desde a educação primária seja estimulada a implementação de um projeto de educação que vise trabalhar o conhecimento e o respeito à diversidade sexual. Acredito que leis não são o bastante para evitar crimes que a comunidade LGBT sofre, é necessário programa efetivo que vise respeito e conscientização desde a primeira infância.

Gosto de fotografar ler e estudar sobre países da América Latina.

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